14 de nov. de 2008

Metamorfose



O David Coimbra é daqueles caras suuuuper inteligentes, bom escritor e tri engraçado... no pedaço de texto abaixo ele relata, com muito bom humor, a digamos assim transformação corporal de uma colega de trabalho...

A guria ficou gorda, sabe?

Pois é... esse dias, quando vi todos os abusos do inverno aflorarem de uma hora pra outra no meu corpinho, e lá no horizonte vi o verão chegando, fiquei justamente pensando quando e como os quilinhos extras se mostram pra gente. Aiiaiaiiaiaiaiia!

Enfim... é uma batalha, né gurias?

Mas vamos lá, sem bom humor fica pior ainda!

Aí mesmo é que não dá!


Segue texto do David:

A vida é um campeonato de pontos corridos. Empreendi reflexão dolorosa até chegar a essa sentença filosófica.
Pontos corridos.
Quer ver? A gordura. Digamos que uma pessoa que não era gorda tenha se tornado gorda. Imagine uma linha do tempo: a pessoa não é gorda.
Não é gorda, não é gorda, não é gorda.
Aí fica gorda.
A condição dela muda, entende? De não-gorda para gorda. Há um momento em que isso acontece. Um traço na linha do tempo. Um dia e uma hora precisos. Um instante de passagem em que o não-gordo cruza a aduana, atravessa a fronteira, é alçado à situação gorda.
O que me interessa é o instante em que isso se dá. No caso da gordura, presenciamos esse momento decisivo, certa feita, eu e meus colegas de Zero Hora. Faz tempo, já. Era uma moça que não se tratava de moça gorda, em absoluto. Possante, talvez. Bem fornida, certamente. Gorda, nunca. Mas uma tarde lá estava ela, encostada ao balcão do bar da Redação, olhando com concupiscência para as guloseimas da vitrine. Tomou a decisão, espetou o indicador no ar e ordenou ao atendente:
— Enroladinho de pizza! É isso que quero: enroladinho de pizza!
Foi na segunda dentada no enroladinho de pizza, abundantemente untado com mostarda e ketchup, quiçá maionese, que a transformação ocorreu. As células de glicerídios ou lipídios ou ácidos graxos, sabe-se lá, borbulharam pelo seu corpo, glub, glub, e reuniram-se todas e escorreram-lhe pelas veias e acumularam-se exatamente na região fulcral, o setor que decide se uma mulher é gorda ou não, a grande área do corpo feminino, a zona do agrião. Os flancos. Vulgarmente conhecidos como ancas. E ali, diante dos nossos olhos assombrados, a moça outrora apenas bem fornida tornou-se... gorda.
Foi um privilégio nosso testemunhar um fenômeno da natureza.

4 comentários:

Anônimo disse...

Ameeei... me senti a própria , não que eu seja gorda, pelo menos não muito gorsa, só um pouquinho...rs.
Mas eh isso mesmo, bem assim que acontece, acreditem....
Anícia

Tetê Pacheco disse...

valeu Anícia! é bom poder dividir!! beijos e obrigada pelo recadinho!

Unknown disse...

Achei seu blog TUDO DE BOM !!!
amei amei amei !!
beijoos !

Rafa disse...

As magras que me perdoem, mas gordinhas são bem mais atraentes na minha opinião. No século XV mulher gorda é que era bonito. Atualmente é que surgiu essa ditadura da magreza e da qual não gosto. Gordura em excesso faz mal a saúde, mas um pouquinho a mais fica bonito na minha opinião.
Rafa.