3 de mar. de 2008

Em busca de um rosto perfeito


Foto da maluca da Jocely Wildenstein, dica da Tatiana T , leitora do De dentro!
Ontem assistindo o Fantástico me deparei com esta matéria aí de baixo! Achei ótimo eles mostrarem a loucura que virou essa coisa de perfeição nos dias de hoje e, principalmente, os casos mal sucedidos dessa histeria toda! Vale a pena!

Há quem defenda. É tudo uma questão de simetria. Você calcula de lá, calcula de cá, e acaba chegando ás medidas que definem se uma pessoa é bonita ou não. Mas que medidas serão essas? E por que, na busca pelo rosto perfeito, muita gente acaba cometendo loucuras?
Jocelyn Wildenstein é uma americana que, ainda jovem, decidiu fazer cirurgias plásticas para ter um rosto felino. O que começou como capricho virou um vício que deformou o rosto.
No mundo das celebridades, existem mais pessoas que exageram na plástica. Sites da internet chegam a fazer listas de famosos desfigurados. Um exemplo é o ator Mickey Rourke. Outro é a atriz Farrah Fawcett. Os lábios dela incharam. Já o cantor Michael Jackson às vezes parece estar perdendo o nariz, de tão fino que ficou depois de muitas cirurgias.
No Brasil, plásticas em série são especialidade da modelo Angela Bismark. Ela diz que já foi operada mais de 40 vezes. As cirurgias têm dado certo: ela continua sendo destaque do carnaval carioca.
“Eu acho que cirurgia plástica, assim, é um vício, né? Quando dá certo, você quer fazer toda hora”, acredita Angela Bismark.
As cirurgias plásticas ainda não podem fazer o que a tecnologia das imagens computadorizadas faz com o rosto das pessoas. Da maquiagem à manipulação da fotografia digital, a empresária Júnia Duarte passou por uma transformação.
Começamos com os truques da cosmética.
“Levando em consideração que ela tem pontos fortes no rosto, como maxilar, o queixo, que é acentuado, eu procurei trazer cachos, que favorecia ela. Atenuei também o maxilar dela com um blush e tentei trazer toda a tensão pra parte de cima dos olhos, fazendo com que chame a atenção uma parte que a valoriza”, explica o maquiador Ronaldo Bária.
Depois a transformação por computador.
“Eu vou buscar, dentro desses traços dela, acrescentar detalhes que têm mais glamour para o rosto. Uma pele mais viçosa, com brilho, com um certo rubor. Com um colorido especial, isso também pode, é, eu acho, passar saúde. Um olho maior, um olho mais vivo, vende beleza. Um lábio mais cheio dá um aspecto mais sensual ao rosto”, explica o maquiador e fotógrafo Fernando Torquatto.
O resultado lança a dúvida: a beleza artificial apaga a beleza natural a ponto de a empresária Júnia não ser reconhecida na foto?
“Os homens tão bem exigentes, mas eu acho que assim não ficava mais um dia solteira”, brinca Junia.
Com tanta tecnologia a serviço da beleza, será que um dia todo mundo vai ser bonito? E existe diferença entre ficar bonito e ser bonito?
A ciência diz que sim, que há uma beleza natural, aquela que vem com a genética e pode até ser medida. Cada parte do rosto é milimetricamente calculada.
Já pensou? Medir a sua beleza com uma régua?
Na Grécia antiga, foi observado pela primeira vez que animais e plantas crescem de acordo com leis matemáticas. Séculos mais tarde, o gênio Leonardo da Vinci fez as contas e encontrou uma medida da beleza humana, chamada de proporção áurea.
Segundo essa proporção, o corpo e o rosto, quando são bonitos, apresentam uma determinada relação matemática: de 1 para 1,618. É uma relação de equilíbrio e simetria.
Vamos entender isso: com o compasso da proporção áurea, o instrumento que mede as relações de distância e tamanho do rosto, um cirurgião plástico americano afirma que um rosto bonito segue o padrão descoberto por Leonardo da Vinci.
A largura da boca é 1,618 maior do que a largura do nariz. A largura do dente incisivo central é 1,618 maior do que a largura do incisivo lateral. E a largura da boca é 1,618 maior do que a distância entre o canto da boca e a ponta da bochecha.
O cirurgião americano foi mais longe. Ele criou uma máscara de proporção áurea, toda simétrica. Se um rosto cabe na máscara, é porque ele deve ser bonito.
Mas o cirurgião plástico brasileiro Paulo Muller diz que a proporção áurea não é uma lei da beleza.
“Eu acho que todas as medidas são válidas, no sentido de ter uma orientação. Na verdade, isso seria uma coisa ideal, que não necessariamente tem de ser feita. A brasileira não funciona desse maneira. Ela não está ligada muito a uma medida, a um padrão. A simetria é interessante como um parâmetro, porém algumas imperfeições algumas vezes dão um charme e personalidade à pessoa”, acredita Paulo Muller.
Talvez então a verdadeira régua da beleza seja apenas o misterioso olho humano.

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