28 de mar. de 2007
Charme no tamanho G
O resultado da parceria fica por conta de peças esportivas e em estilo retrô com tênis, leggings e camisetinhas.
25 de mar. de 2007
Adoçando as idéias
Noruega na briga com a balança
Nearly 1.5 million Norwegians over the age of 15 have dieted one or more times. Of these, 955,000 are women, which means that 52 percent of Norwegian women have been actively dieting, according to a new survey carried out by MMI for the Information Office for Dairy Products.
The survey also found that health concerns did not carry much weight with Norwegians looking to slim.
Just under 60 percent of those surveyed said that they wanted to look better or just be thinner as their main motivation for losing weight. Only 12 percent, and most of these men over the age of 45, said that they wanted to lose weight to improve their health.
The MMI survey also found that Norwegian men are generally far more satisfied with how they look than the female population. While 28 percent of Norwegian women aged 15-45 are a little or quite dissatisfied with their bodies, more than 80 percent of men in this age group say they are quite or very satisfied with the way they look.
The MMI study was based on a representative sampling of 1007 interview subjects
24 de mar. de 2007
IPod será acoplado a esteiras de ginástica dos EUA
A idéia de criar um personal trainer para usuários de iPod não é nova. Já existe o iPod Gym, que oferece treinamento para pesos e máquinas gratuitamente.
Mas o novo Podfitness promete ser um serviço revolucionário - você poderá escolher seu próprio treinador, de acordo com sua vontade e necessidade, criar sua própria série de exercícios e, automaticamente, inserir sua trilha de fundo musical preferida para o exercício.
É claro que isto terá um preço, que pode ser até salgado mas, com certeza, é uma alternativa mais barata do que um "personal trainer" de verdade: US$ 19,95 mensais. O valor inclui um software chamado PodFitness Workout Creator, que mixará as suas músicas escolhidas com a trilha de malhação e todos os exercícios da base para download.
O usuário precisará ter também um PC com o iTunes instalado, porém a empresa já avisa que a versão do Macintosh virá em breve e que o serviço servirá também para outros tocadores MP3.
Modernoooooooo!
Sociólogo se dedica a destruir crenças sobre alimentação
Celel Teber/Stockxpert
Segundo Glasner, o fast food não pode ser considerado vilão se consumido às vezesO nutrólogo também faz coro com o sociólogo ao recomendar cautela quanto à sucessão de descobertas que povoam o universo alimentar. "Alguns estudos são suspeitos, muitas vezes encomendados e, por isso, efêmeros e com cunho comercial."Mas, se para Glassner há muita ênfase na obesidade e pouca atenção sobre outros fatores de risco à saúde, os especialistas ouvidos pela Folha rechaçam essa visão e relembram a gravidade do problema."O Brasil está passando por uma transição nutricional. Estamos deixando de ser desnutridos para ser obesos. O problema da obesidade é real", afirma o endocrinologista Henrique Suplicy, presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica).Ele diz, no entanto, que é preciso ter cautela na hora de aderir a dietas. "O que existe também é que você entra em um site como a Amazon, digita 'dieta' e aparecem quase 3.000 títulos de livros de dietas hipocalóricas, com cada autor inventando a sua. É um absurdo."Edson Credidio alerta que a obesidade traz riscos. "Tem de ser dada toda a atenção à obesidade, porque ela provoca a síndrome plurimetabólica, que leva a hipertensão arterial, diabetes, infarto, derrame e câncer. Os obesos têm grande tendência à morte súbita."Priscila Barsanti de Paula lembra que o fenômeno se tornou uma epidemia: "Desde 1991, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a obesidade uma doença com dimensões assustadoras. Nos EUA, cerca de 65% dos adultos têm excesso de peso; no Brasil, cerca de 40%. Os índices de gordura populacional vêm aumentando em ritmo acelerado. Tornou-se uma epidemia".Prazer e realismoAlém de relativizar os benefícios do que hoje é visto como saudável, Glassner dedica muitos parágrafos a questionar os fundamentos das críticas destinadas a locais como McDonald's e Burger King. Qualifica de exercício de "esnobismo" torcer o nariz para as redes de fast-food e advogar a superioridade de produtos "frescos" ou de uma culinária "autêntica", confrontando vários fatos e fantasias relacionados a esses conceitos."Se a pessoa tem um hábito alimentar saudável, não há risco em lanchar, eventualmente, em um fast-food. O que não deve acontecer é a substituição das refeições pelos lanches", pondera Barsanti.Não se trata de comer indiscriminadamente e sem limites, repete Glassner ao longo de seu "evangelho", mas de cuidar para não embarcar em privações injustificadas. Diz ele no livro: "Mais do que deixar que nosso paladar seja nosso guia, permitimos que os outros nos digam o que comer e como pensar sobre o que comemos. Apenas se reconhecermos os mitos, meias-verdades e processos de culpa envolvidos no que e onde comemos é que poderemos começar a desfrutar de maior prazer e realismo à mesa".
Obesidade pode antecipar puberdade de meninas, diz estudo
A incidência de obesidade infantil está aumentando
Segundo a publicação especializada Pediatrics, a pesquisa reforça o crescente volume de evidências que sugerem que obesidade infantil está causando uma tendência à puberdade prematura em meninas.
Estudos sugerem que meninas que atingem a puberdade mais cedo do que o "normal", aos dez anos ou mais, também começam a consumir bebidas alcoólicas e a iniciar sua vida sexual mais cedo.
Especialistas britânicos dizem que puberdade mais cedo pode causar preocupação significativa em meninas. Segundo eles, há ainda um risco maior do desenvolvimento de determinados tipos de câncer, como o de mama.
Das 354 meninas acompanhadas no estudo dos três aos 12 anos, quase a metade - 168 - demonstraram sinais de puberdade, como o desenvolvimento de seios, aos nove anos.
Várias destas meninas têm alto índice de massa corporal (IMC) durante toda a infância. O IMC é adotado pela Organização Mundial de Saúde para o cálculo do peso ideal de cada indivíduo e é calculado dividindo o peso pela altura ao quadrado.
O estudo da Universidade de Michigan se segue a um outro, de 2000, da Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha, que sugeriu que uma em cada seis meninas pesquisadas atingiu a puberdade antes dos oito anos de idade - 18 meses antes da chegada à puberdade de suas mães.
Uma teoria é de que a puberdade é iniciada pelo hormônio leptina, produzido por tecido adiposo.
Joyce Lee, líder da pesquisa de Michigan disse que "estudos prévios constataram que meninas que tiveam puberdade mais cedo tendem a ter índice de massa corporal mais alto, mas não está claro se a puberdade levou ao aumento de peso ou se o aumento de peso é que levou à antecipação da puberdade".
"Nosso estudo oferece evidências da segunda (opção)."
Pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, estão investigando se animais que são superalimentados produzem mais hormônios sexuais masculinos e femininos que levam à puberdade.
Helen Crocker, pesquisadora do University College de Londres, disse: "Em nossas clínicas vimos meninas de sete, oito e nove anos que estão iniciando sua menstruação e atravessando a puberdade. Isso pode ser bem perturbador para elas".
"É mais uma razão para se levar à sério o problema da obesidade infantil".
23 de mar. de 2007
Rita Lee diz tudo
Eu tinha 13 anos, em Fortaleza, quando ouvi gritos de pavor. Vinham da
vizinhança, da casa de Bete, mocinha linda, que usava tranças. Levei apenas uma hora para saber o motivo. Bete fora acusada de não ser mais virgem e os irmãos a subjugavam em cima de sua estreita cama de solteira, para que o médico da família lhe enfiasse a mão enluvada entre as pernas e decretasse se tinha ou não o selo da honra. Como o lacre continuava lá, os pais respiraram, mas a Bete nunca mais foi à janela, nunca mais dançou nos bailes e acabou fugindo para o Piauí, ninguém sabe como, nem com quem. Eu tinha apenas 14 anos, quando Maria Lúcia tentou escapar, saltando o muro alto do quintal da sua casa para se encontrar com o namorado. Agarrada pelos cabelos e dominada, não conseguiu passar no exame ginecológico. O laudo médico registrou vestígios himenais dilacerados, e os pais internaram a pecadora no reformatório Bom Pastor, para se esquecer do mundo. Realmente, esqueceu, morrendo tuberculosa. Estes episódios marcaram para sempre a minha consciência e me fizeram perguntar que poder é esse que a família e os homens têm sobre o corpo das mulheres? Ontem, para mutilar, amordaçar, silenciar. Hoje, para manipular, moldar, escravizar aos estereótipos. Todos vimos, na televisão, modelos torturados por seguidas cirurgias plásticas. Transformaram seus seios em alegorias para entrar na moda da peitaria robusta das norte americanas. Entupiram as nádegas de silicone para se tornarem rebolativas e sensuais, garantindo bom sucesso nas passarelas do samba. Substituíram os narizes, desviaram costas, mudaram o traçado do dorso para se adaptarem à moda do momento e ficarem irresistíveis diante dos homens. E, com isso, Barbies de facaria, provocaram em muitas outras mulheres as baixinhas, as gordas, as de óculos - um sentimento de perda de auto-estima. Isso exatamente no momento em que a maioria de estudantes universitários (56%) é composto de moças. Em que mulheres se afirmam na magistratura, na pesquisa científica, na política, no jornalismo. E, no momento em que as pioneiras do feminismo passam a defender a teoria de que é preciso feminilizar o mundo e torná-lo mais distante da barbárie mercantilista e mais próximo do humanismo. Por mim, acho que só as mulheres podem desarmar a sociedade. Até porque elas são desarmadas pela própria natureza. Nascem sem pênis, sem o poder fálico da penetração e do estupro, tão bem representado por pistolas, revólveres, flechas, espadas e punhais. Ninguém diz, de uma mulher, que ela é de espadas. Ninguém lhe dá, na primeira infância, um fuzil de plástico, como fazem com os meninos, para fortalecer sua virilidade e violência. As mulheres detestam o sangue, até mesmo porque têm que derramá-lo na menstruação ou no parto. Odeiam as guerras, os exércitos regulares ou as gangues urbanas porque lhes tiram os filhos de sua convivência e os colocam na marginalidade, na insegurança e na violência. É preciso voltar os olhos para a população feminina como a grande articuladora da paz. E para começar, queremos pregar o respeito ao corpo da mulher. Respeito às suas pernas que têm varizes porque carregam latas d'água e trouxas de roupa. Respeito aos seus seios que perderam a firmeza porque amamentaram seus filhos ao longo dos anos. Respeito ao seu dorso que engrossou porque elas carregam o país nas costas. São as mulheres que irão impor um adeus às armas, quando forem ouvidas e valorizadas e puderem fazer prevalecer a ternura de suas mentes e a doçura de seus corações. "Nem toda feiticeira é corcunda. Nem toda brasileira é bunda."
22 de mar. de 2007
Perigosamente Lisa
Dona de casa morre após fazer escova progressiva
Hoje pela manhã me deparei com esta manchete no Jornal Zero Hora!
Claro que eu sei que o formol não faz bem pra saúde... etc e tal. Entretanto, é inegável a difereça que fez na vida de milhares de mulheres a adorada escova progressiva. Eu, ao menos, sou uma outra pessoa depois dela. AEP/DEP TOTAL!!!! Não fico mais tensa quando tenho compromissos de última hora, não gasto horas com secadores e salões de beleza e, pricipalmente, não durmo mais como princesa e acordo com cara de rei leão!
olha eu aí em cima crespa, crespa e sem progressiva!
Momentos...
Depois da minha cirurgia no estomago, fiquei com o corpinho ótimo e o cabelo péssimo. Naquele tempo, foi como se tivesse dado a louca no meu metablismo. Meus cabelos literalmente despencavam cabeça abaixo, era uma peruca perdidada por banho tomado. Me sentia a última das criaturas... Como sempre tive uma cabeleira do tipo ótemaaaaaaaa, não podia acreditar no que estava acontecendo. O cabelo foi ficando fininho, pouquinho e ruim. E eu, triste e deprimida. Aí veio a solução: durante cinco anos usei o tal do Mega Hair pra dar volume, esconder as falhas e recuperar a auto-estima. Deu certo!
Eu e minha mãe no auge do MEGA!!!!!!!
Passada a sindrome de gostosa das oito, porque vamos combinar, né, todas essas atrizes usam cabelo fake! Todas as que tem cabelão, pode estar certa: usam Mega!!!!!!! Não vejo problema, assumo que usava e que gostava. O que não dá, é pra ficar em casa assistindo TV e sonhando com os cachos da Winits ou da Lima e achando que elas nasceram abençoadas por Deus e você não. Elas usam, e acredito, devem adorar também. Mas atenção: as mechas podem cair. Com mega isso é muito comum. Quando ainda usava os meus tufos loiros, um deles caiu em pleno saguão do Festival de Cinema de Gramado. Empurrei, discretamente, pro lado com o pé... naquela noite dei muita risada do ocorrido, mas não me livrei do mico!!!! Emfim, se você quiser cabelão de barbie instantâneo, se toca pra um salão e coloca os seus. Se alguém notar a diferença e pergutar se são seus de verdade, faça como eu fazia: São sim e eu paguei bem caro por eles! Fim de conversa.
Mas voltando à progressiva.. fui falando e me passei. Depois de tirar o Mega, o que salvou o meu cabelo foi a progressiva. Comecei fazendo Mega e escova progressiva com a Cris do Phoenix, guria descolada que sempre está de olho nas novas tecnicas capilares. Hoje - foto aí do perfil- só quem toca no meu cabelo é a Giovana do Studio A em Porto Alegre. Meu cabelo é outro. A cor é mais natural, o fio mais sedoso, estou sempre lisa e o comprimento muito mais generoso. Enfim, se a tal dona de casa morreu mesmo de progressiva, foi uma fatalidade e um amadorismo de quem fez. Tenha sempre uma pessoa competente para cuidar do seu cabelo. Aí, tenho certeza que não vai acontecer nada além de você ficar lisa e linda!
Segue matéria:
Polícia acredita que formol misturado a cremes foi responsável pela morte da mulher em salão de Goiânia
A promessa de cabelos lisos pode ter causado a morte da dona de casa Maria Eni da Silva, 33 anos, três dias após aplicar formol misturado a cremes no cabelo, pelo método da escova progressiva. A mistura alisante foi aplicada em um salão de beleza da cidade de Porangatu, a 426 quilômetros de Goiânia (GO). Segundo parentes da vítima e a Polícia Civil, bastou uma aplicação para a mistura fazer estragos no couro cabeludo. - O irmão dela disse no depoimento que, antes de ser internada, Maria Eni sentiu coceiras, depois fortes dores de cabeça e falta de ar. Há indicações de manifestações alérgicas e mesmo de intoxicação, mas desconhecemos a causa da morte - disse a delegada Cinthia Costa, que investiga o caso. Ontem, a delegada recolheu amostras dos produtos para análises, mas ainda depende de laudo cadavérico, do Instituto Médico-Legal (IML), para tocar as investigações. Segundo o irmão de Maria Eni, o policial militar Valdivino Silva, antes de morrer surgiram caroços na cabeça dela. A mistura de formol com cremes é aplicada em diversos salões de cabeleireiros e é popular em todo o país. Segundo a delegada, a fórmula, contida num pequeno frasco, cujo nome ela não quis divulgar, é facilmente comprada por R$ 49 e serve para até cinco aplicações, feitas no espaço de 15 dias cada uma. - Eu mesma estive até pensando em fazê-la, mas desisti por achar desnecessário, na semana passada - comentou Cinthia. A polícia recolheu frascos semelhantes ao que foi usado no cabelo de Maria Eni, no salão onde a escova foi realizada. Os produtos foram encaminhados ao Instituto de Criminalística, em Goiânia. A dona do salão, chamada Elza, e a filha Leila, devem se apresentar na próxima semana para prestar depoimento. A polícia acredita que o produto tenha uma alta taxa de formol, em torno de 20%. Em 2001, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária determinou que os cosméticos utilizados para alisamento poderiam ter até 0,2% de formol em sua composição.
DICAS:
Ter cabelos mais lisos e com menos volume é o sonho de muitas mulheres. Por isso, a escova gradativa - também chamada de progressiva - é tão popular nos salões de beleza.
Antes de se submeter às técnicas de alisamento, é necessário tomar alguns cuidados. O uso de produtos com alta concentração de formol é proibido, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A assessoria da Anvisa informa que os cabeleireiros só podem usar produtos que contenham, no máximo, 0,2% de formol. Nessa quantidade, a substância é usada como conservante.
A exposição excessiva ao formol provoca alergia na pele, irritação nos olhos, queimaduras das vias respiratórias e, a longo prazo, pode causar câncer.
O dermatologista Valcinir Bedin, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos do Cabelo, diz que as mulheres interessadas em alisar os cabelos não devem fazer o procedimento em casa.
O médico orienta as mulheres a avisarem os cabeleireiros se sentirem irritação nos olhos e nas vias respiratórias
20 de mar. de 2007
Brasil campeão!
Last year, the U.S. Food and Drug Administration warned consumers to avoid Brazilian-made brand-name diet drugs Herbathin and Emagrece Sim (Get Slim for Sure) after they were found to contain controlled substances, including the active ingredient of the anti-depressant Prozac.
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A beleza por Carla
Sobre o verão que ora termina
No quesito saudade não tem idade, a Campanha pela Real Beleza me lembrou do tempo em que beleza era atributo natural e não mercadoria de consumo. A propaganda da Dove trouxe de fato alguma novidade nas áridas areias quentes do verão carioca. Altas, baixas, gordinhas, morenas, louras: os corpos femininos de diferentes formatos que ilustram a campanha lembram às mulheres que ser bonita não é tentar ser como a top model da vez. Momento máximo de exibição de corpos na praia, o verão é a temporada da máxima vaidade. Com o slogan “tire a canga e vem curtir esse verão sem vergonha”, os comerciais de TV valorizavam a singularidade do corpo da mulher, em movimentos que expressam liberdade. A idéia é valorizar a beleza sem impor um padrão, na contramão do que costuma fazer a indústria de coméstico, muitas vezes apontada como a ponta mais visivelmente autoritária no que diz respeito às exigências de um corpo perfeito. Nesse momento, está no ar um comercial de shampoos e cremes de cabelo que valorizam os cachos naturais, novamente na contra-mão da maldita chapinha, que forma fileiras de candidatas à gueixas japonesas, com seus cabelos lisos e uniformizados.Não sei se é possível localizar exatamente quando isso começou, mas o fato é que beleza também virou produto de consumo. Antes atributo natural de homens e mulheres, hoje a beleza é um bem de consumo como outro qualquer, que faz da indústria da estética no Brasil uma das maiores do mundo (só perde para os EUA). Tudo bem, não há nada de errado em desejar ser (mais) bonita. O estranho é que haja padrões pré-determinados para tipo de beleza: cabelos, só lisos, peitos, só grandes, corpos, só magros, peles, só bronzeadas. A psicanálise compara o anseio feminino por se adaptar a um modelo de beleza ao fenômeno da histeria, que fez Freud inventar a psicanálise no final do século 19. O grande paradoxo é que essa necessidade de se enquadrar em algo pré-estabelecido aconteça justamente quando as mulheres estão comemorando os avanços e a liberdade, mas ao mesmo tempo se submetem a imposições que alteram seus corpos. Esse seria o principal traço em comum entre anorexia e histeria: a tentativa de controle do corpo da mulher, que antes se dava através da repressão a traços tidos como naturais – a obrigação de ser meiga, doce, delicada –hoje aparece na imposição estética de beleza e magreza. Controlar os corpos das mulheres é também moldar seus comportamentos. Um dos efeitos mais perversos é derrubar completamente a auto-estima e a capacidade de valorização das suas singularidades, individualidades, personalidades. Ter um corpo é ter uma identidade e alterá-lo para agradar aos outros – sobretudo, para atender a expectativas criadas pela própria indústria da estética – é uma forma de ser menos dona de si mesma. A anorexia, doença que se caracteriza pela recusa à alimentação por medo de engordar, e a bulimia, na qual a pessoa vomita aquilo que acabou de comer, atingem principalmente as mulheres: 90% dos pacientes são meninas entre 12 e 18 anos. As pacientes de anorexia ou bulimia que chegam aos consultórios de psicanálise associam o ideal de magreza e beleza com a perspectiva de sucesso e felicidade, como se não houvesse possibilidade de construção de um sujeito individual, subjetivo, rico de vida interior, inteligência, emoção ou sensibilidade. É claro que não se pode apostar que apenas a Campanha pela Real Beleza venha a dar conta de questões tão complicadas. Mas a novidade da Dove no verão de 2006 foi jogar com todos os símbolos de sensualidade feminina – corpos, cabelos, peles morenas, praia, biquinis – para valorizar a diferença e apostar na liberdade como caminho para realização. Que venham mais verões como esse.
Beleza e auto-confiança - uma virada
Como a loteria da genérica, a beleza é injusta e alguns são mais afortunados do que outros. Confiança requer auto-conhecimento, que incluir saber de suas forças e fraquezas. Em conferência recente, ouvi uma filósofa declarar durante o almoçoo que nunca faria cirurgia plástica e que nem mesmo tinge o cabelo. Mas, confessou, pagaria qualquer coisa por 15 pontos a mais no QI. Essa mulher, que não é insegura sobre sua inteligência, muito acima da média, apenas gostaria de ser mais esperta. Pedir às mulheres que se afirmem bonitas como são é pedir aos intelectuais se afirmem como gênios. Eles simplesmente sabem que não são.
O texto é inspirado na campanha da Dove sobre a “beleza real” e apresenta um ponto de vista bastante divergente do que jáescrevi aqui. Sempre fui defensora da idéia da beleza real, não adquirida, natural. Mas a autora, Virgínia Postel, conseguiu mudar em parte meu ponto de vista.
Ser auto-confiante é muito, mas muito mais complexo do que apenas gostar de ter os cabelos cacheados ao invés de lisos ou aceitar que seus seios são menores do que os “da moda”. Reconheço que na minha posição contrária à modificações corporais extremas há, sim, preconceito contra quem dá tanto valor à aparência.
Oprimidas pelo ideal de beleza
Os modelos de beleza estão desempenhando, nesse momento, um papel impositivo, e estabelecem um ideal de feminilidade fora do qual a existência é impossível. É desse tema que trata o trabalho “De menina a mulher, impasses da feminilidade na cultura contemporânea”, da psicanalista Silvia Alexim Nunes. Doutora em Saúde Coletiva pelo IMS/Uerj, Silvia traz para o papel a experiência de uma paciente adolescente, Clara, que tem como objetivo se tornar uma mulher de sucesso. Sua principal condição para que se sinta feliz é tornar esquelético o seu corpo roliço. O corpo aparece, para Clara, como obstáculo para que ela se considere bem-sucedida, ou seja, bonita, rica e desejável. Clara supõe, destaca Silvia, que “sucesso é felicidade e, mais ainda, que ambos dependem, principalmente para as mulheres, da beleza e do cultivo do corpo”. A preocupação com o corpo feminino não é, lembra a psicanalista, novidade. Quando, no final do século 19, as histéricas lotaram o consultório de Freud e o levaram a diagnosticar os sintomas do efeito da repressão da sociedade contra a mulher, estavam se rebelando contra as regras em vigor desde o século 17. Até então, as mulheres viviam oprimidas pelo que a medicina considerava as "características naturais" das mulheres, como a fragilidade, a timidez, a doçura, a sedução e a afetividade. Das histéricas até aqui, o que as mulheres conquistaram foi, além de voz, a possibilidade de construir modelos de feminilidade que melhor lhes conviesse. A imposição que já se deu a partir da ciência se reapresenta, agora, através da estética, que tem desempenhado o mesmo papel impositivo. Silicone, cirurgias estéticas, horas por semana dedicadas a exercícios e academias de ginástica, dietas constantes, tudo isso tomou o lugar da antiga concepção de que o corpo feminino é imperfeito e de que a feminilidade é símbolo da fragilidade humana. Quanto mais as mulheres experimentam seus corpos como inadequados, mais se sentem fracassadas, impotentes, descontentes com a sua condição de mulher. O controle sobre os corpos femininos, que Silvia identifica hoje na estética, está presente desde a constituição do modelo burguês que inaugurou a modernidade, e que fez das mulheres peças fundamentais para a reprodução de uma população saudável. Mãe e mulher, aqui, se confundem, em nome de um padrão de saúde e higiene. Neste aspecto, Silvia chama atenção para a quantidade de recursos que a medicina tem criado para sumir com os ciclos menstruais, que ela interpreta como forma de apagar as marcas da feminilidade. Quando a ciência ainda não sabia explicar o que significava o sangue da menstruação, considerava que aquele momento significava um estado de impureza da mulher. Depois, a medicina do século 19 passou a considerar os ciclos menstruais como momentos em que as mulheres ficariam mais suscetíveis emocionalmente, identificando o sangramento como sinal de fragilidade do corpo da mulher. Agora, Silvia alerta, o ideal da mulher liberada é atravessar o mês inteiro sem sinal perceptível de menstruação. Silvia localiza o problema na puberdade, que é quando a ditadura da estética começa a se impor, mas lembra que esse conflito pode aparecer em outros momentos da vida da mulher – ou até mesmo se perpetuar. Na outra ponta, o envelhecimento também oferece o mesmo risco de a mulher experimentar seu corpo como “inadequado, insuficiente, imperfeito, instalando, assim, um conflito com sua feminilidade.” A forma de escapar da opressão pela beleza é, segundo ela, estabelecer uma relação positiva com o corpo, vivendo a feminilidade como forma de prazer, e não de sofrimento. Para isso, a psicanálise, defende Silvia, tem muito a contribuir. A escapatória estaria em fugir da massificação e apostar na singularidade. Não chega a ser contraditório que o mesmo tempo em que é dada à mulher a liberdade de ser como bem entender seja também o momento em que novos rigores se impõem, acirrando o conflito entre seguir as regras externas ou apostar nas marcas individuais. Se o tão criticado individualismo serve para alguma coisa, é para colocar essa possibidade – a de que cada sujeito seja absolutamente único na multidão. Ou, como disse o filósofo italiano Antonio Negri, “o pós-moderno insere a diferença como recusa ao sistema compactado do capital”. Autora de “O corpo do diabo entre a cruz e a caldeirinha - Um estudo sobre a mulher, o masoquismo e a feminilidade”, Silvia apresentou seu trabalho sobre os efeitos perversos da estética numa mesa de debates realizada no evento Estados Gerais da Psicanálise, ocorrido no Rio no final de outubro, durante o qual Negri fez sua conferência.
Efeito Sanfona
Mas, não deixa de ser um incentivo ver uma mulher de 55 anos perder o peso excessivo, que só fazia mal à sua saúde. Ela não tá magra, mas sempre teve esse estilo gostosona, pernuda e bunduda. Eu achei que ela tá maravilhosa.
Sim, porque eu falo sempre contra a ditadura da magreza, mas isso não significa que eu ache que todas nós devemos exagerar no peso, não, gente. Só sou contra a gente sofrer e se deprimir por não aceitar o corpo que tem.
Até porque nem sempre é fácil, ou mesmo possível, perder aqueles quilos a mais e não dá pra ficar "adiando a felicidade", esperando para o dia em que ficar magra. A gente tem é que arrumar um jeito de ser feliz com o peso que tem, procurando melhorar, se informando sobre a melhor nutrição, fazendo nossos exercícios, caminhadas, mas sem paranóia.
Isso me faz lembrar uma coisa que eu ouço todo ano, quando vai chegando perto do natal e as amigas, que vivem no exterior começam a se preparar pra voltar pro Brasil, para as festas de fim de ano. Nos últimos dias, ouvi de quatro amigas diferentes reações que vão da frustração, depressão ao pânico total. Começa a temporada de escrutínio...
Confesso que eu mesma respirei aliviada quando pensei que só vou ao Brasil em agosto, portanto tenho tempo para tentar perder os quilos adquiridos, em boa parte, pela combinação metabolismo lento + dificuldade pra aguentar exercícios aeróbicos (causada pela fibromialgia) e mais sem-vergonhice mesmo, andei viajando demais pra pensar em dieta.
Mas, a questão é que não era pra ser assim. Mesmo que a gente esteja se sentindo bonita, feliz com nossos corpos mais avantajados, a volta ao Brasil é sempre um terror. É a certeza das perguntas (ou comentários) inevitáveis: "engordou um 'pouquinho', né, querida?" PQP porque não aguentam ficar caladas???!!!
A gente já sabe que não existe país mais cruel para a mulher que o Brasil. Francamente, essa é uma das coisas que me deixam feliz aqui.
E olha que não é verdade que todo mundo nos EUA é obeso, não. Nos centros mais decolados, não é bem assim. Aqui em Washington, temos muitas yuppies, muitas advogadas, assessoras de políticos, muitas jornalistas, ongueiras e gente que se cuida muito bem. No meu bairro é difícil encontrar alguém realmente obesa, pelo contrário, à noite o que a gente vê é muita gente malhando, correndo pelas calçadas.
Ainda assim, a sensação é que cada um tá cuidando do seu corpo e não tá prestando atenção nos outros. Não existem aqueles olhares de desprezo que a gente vê no Brasil. Basta engordar um pouco e a gente se sente como se estivesse com alguma doença contagiosa, uma pessoa digna de pena... ou pior... é mais uma que "embuxou", "barangou"... esses termos detestáveis que vejo até mulheres usando.
Pior é que não vem nem tanto dos homens, mas das próprias amigas e familiares. Quando vou ao Brasil, se tiver mais gordinha, tem uma tia que já é avisada ela minha mãe, de antemão a se manter calada senão leva um fora inesquecível. E mesmo assim, nem sempre ela se controla.
Desde que tive Bia, virei um yô-yô. Vendo as minhas fotos, estou sempre mais gorda ou mais magra. Mas meus namorados nunca pareceram nem um pouquinho incomodados, nem meu ex-marido que tinha uma atração confessa por mulheres de formas amplas (assim como o atual).
Nem eu, francamente, me sinto mal com meus quilos a mais. Preciso emagrecer porque está passando dos limites, porque fico mais pesada e isso é ruim pra fibro, mas sempre olho no espelho e me sinto feliz com o que vejo. Respeito as inevitáveis mudanças do tempo. Além do mais não sou mulher de comer só saladinhas. Quero todos os prazeres, inclusive os da mesa.
Mas, no Brasil, por mais feliz que você esteja, sempre vai ter alguém pra lhe lembrar que você já não tem o peso e o corpinho dos 18 anos, pra lhe cobrar dietas milagrosas e sacrifícios em clínicas de emagrecimento mirabolantes. É quase como se você fosse culpada por ter engordado e devesse ser punida por isso, com uma quase humilhação pública.Francamente, precisamos acabar com isso. Proponho uma revolta, não tente ser fina, dê um fora na horinha. Se ser magra fosse sinal de felicidade a Kate Moss não vivia em reabilitação. Estou precisando perder uns bons 10 quilos e nunca estive mais feliz na vida. Façam como eu, não se intimide. Ninguém, absolutamente ninguém tem nada a ver com o que diz a sua balança.
19 de mar. de 2007
Top com Celulite!
Foto: do blog Beauty Baby.
O direito das Mulheres Brasileiras
Movimento feminista moverá Ação Civil Pública contra discriminação, sub-representação e veiculação de uma imagem estereotipada da mulher nos meios de comunicação. Protestos do 8 de Março foram, mais uma vez, ignorados pela grande imprensa.
A jornalista Bia Barbosa, da Agência Carta Maior, fez uma excelente matéria analisando a péssima cobertura da imprensa no 8 de Março e informa que, "para contrabalançar este cenário histórico de discriminação contra a mulher na mídia, o movimento feminista entrará em breve na Justiça com uma Ação Civil Pública solicitando um direito de resposta aos meios de comunicação."
Ela continua:
A idéia é veicular, durante uma semana, em um horário específico e em todos os canais, um programa que retrate a mulher de maneira diferente.
“Não devemos focar o direito de reposta a um programa ou emissora específica. Em todos os canais temos o mesmo problema, de sub-representação ou de veiculação de uma imagem estereotipada da mulher. Ou somos valorizadas da maneira inadequada, quando se quer vender algo através da nossa imagem – como acontece nas propagandas de cerveja – ou somos caricaturadas. Falta um confronto maior com a realidade, que é múltipla”, explica Rachel Moreno, da Campanha Pela Ética na TV, uma das articulações envolvidas na ação.
Em um manifesto lançado este mês para a coleta de assinaturas a serem enviadas ao Ministério Público Federal, as feministas afirmam que não se reconhecem nas produções da programação televisiva. “Pior do que isso é, na maior parte do tempo, nos sentirmos vilependiadas, ridicularizadas, usadas para promover valores, padrões e produtos os mais variados, em detrimento de nossa realidade e aspirações”, dizem no texto.
“A relativa invisibilidade das mulheres trabalhadoras, intelectuais, especialistas, profissionais liberais e outras, a falta de espaço para a discussão de nossas reivindicações e ideais, bem como de nossas conquistas e das mudanças que conseguimos introduzir no mundo, perpetua a reprodução dos estereótipos limitantes que influem na formação de uma subjetividade empobrecida e resultam no rebaixamento da auto-estima das mulheres e na busca de sua afirmação através da perseguição dos modelos, valores e produtos veiculados”, continua o documento.
Leia o Manifesto das Mulheres pelo Direito de Resposta. Para assinar a petição, mande seu nome e RG para moreno@postbox.com.br.
Foto: Yann Vadaru
15 de mar. de 2007
Contra o padrão Barbie
Conheci um blog bacanérrimo de uma menina chamada Denise Arcoverde.
Olhem o que ela escreveu:
Na minha busca por coisas positivas sobre a Suécia, descobri mais uma.
Ontem fui pra academia, fazer ginástica. Adoro malhar e faço isso com o maior prazer, desde os meus 14 anos, com algumas interrupções, é claro. As academias aqui são interessantes. Mas, depois falo sobre elas, hoje eu queria comentar outra coisa.
Fiquei observando as roupas do mulherio na academia (coisa bem brasileira!!). Elas usavam umas coisas que, no comeco me pareceram muito "esquisitas". Todas com uns camisetões e umas calças muito sem graça. Aqui, ninguém se destaca, mesmo as mais saradas. E olha que as mulheres aqui são lindas tem corpos muito bonitos... aí fiquei pensando nisso...
Não existe, aqui, a cultura de se expor, de se sobressair, as pessoas são o mais discretas que podem. A igualdade de gênero no trabalho, na política, também causou profundas mudanças na sociedade. As mulheres, de uma forma geral, têm muito cuidado em não se colocar como objetos sexuais. Ok, Ok, a gente pode até achar que isso é muito sem graça, com a nossa sensualidade latina, a gente gosta de carregar nas tintas. Mas, será que vale a pena carregar o peso e a angústia que a maioria de nós, mulheres normais, carrega por não alcançar esse padrão de beleza perfeito durante toda a vida?
As mulheres acreditam piamente, aqui, que não devem ser usadas pra vender produtos. Comercial de cerveja com mulher pelada? nem por sonho. Há alguns anos atrás, as feministas chegaram a fazer uma campanha contra os comerciais de calcinha e soutien da Hennes & Mauritz que estavam espalhados pelas ruas da cidade por considerar que despertavam angustia nas mulheres com corpos normais.
Também não existem nunca, em lugar nenhum, propagandas do tipo "Kate Moss", com modelos anoréxicas e com cara de doentes. As modelos são lindas, mas com corpos saudáveis e circunferência de braço bem maior que as desnutridas da mídia brasileira e americana. (Meu marido é nutricionista e sempre comenta, quando vê as modelos na televisão ou em revistas: "mas elas estão sofrendo de desnutrição crônica, isso é sério, onde estão os pais dessas meninas???"... hehehe...)
Ai eu fui percebendo uma coisa. Como eu estou muito mais feliz comigo mesma, aqui. Como eu não me sinto pressionada a seguir o padrão Gisele Bundchen (o que seria, diga-se de passagem, impossível hehehe...). Mais do que isso, como eu, simplesmente, nem penso nisso....
No Brasil, a cada esquina você se depara com uma gostosona pelada em outdoor, as bancas de revista inundadas bundas e peitos, cada vez maiores. E tem as novelas (perceberam como a Claudia Abreu está esquelética???), comerciais de cerveja, shows da Kelly Key... tudo bem, é legal essa nossa famosa sensualidade brasileira. Mas, convenhamos, quem de nós tem e consegue manter aquele padrão "Julaina Paes" por toda a vida? e o que acontece com o resto das mulheres que nasceram "diferentes"? ou as que envelheceram? sim, por que isso acontece, e é inevitável!
Cria-se uma histeria coletiva pela juventude e pela magreza.
Eu fui uma adolescente magra, depois da gravidez virei "yoyo"... emagreço-engordo, como a maioria de nós, brasileiras. Atualmente estou "ligeiramente acima do peso" hehehehe... mas estou feliz, me sentindo ótima e mais gostosa que nunca! mas quando eu estou no Brasil tem sempre alguém ou alguma coisa pra me lembrar que eu não sou mais a mesma dos 20 aninhos e me derrubar...
Tem sempre uma tia pra perguntar se engordei na Europa ou uma amiga que não via há muito tempo pra me encarar feito uma pessoa com alguma doença contagiosa... é exatamente isso que eu sinto no Brasil... inadequação. Uma vez, vi a Fernanda Montenegro dizendo que as pessoas falam com ela, com raiva: "mas você envelheceu muito!", como se ela não tivesse o direito de envelhecer. A gente näo tem o direito de não ser linda, no Brasil.
Ter mais de 70kg e 35 anos então, é um pecado mortal que deve ser expiado com muita lipo-aspiracão, injeção na testa e peeling que tiram sua pele viva... dignos de tortura medieval. Ninguém pode, simplesmente, estar satisfeito com seu corpo, tem que estar sempre buscando mais.
Encontrei muita menina de 15 anos sofrendo horrores por que não tem peito ou por que o cabelo não é liso como aqueles aquecido a ferro das modelos. Gente, o Brasil precisa acabar com isso! A auto-estima das nossas mulheres nunca vai melhorar se a mídia não ajudar e a sociedade não pressionar, como fez a sociedade sueca!
Enfim, claro que continuo passando meu DMAE todos os dias, ácido retinóico toda noite (sob os olhares chocados do meu marido hehehe), muita ginástica e uma dietinha de leve. Mas, tudo isso sem pressão, sem sofrimento, sem a busca de um modelo inalcançável. Gosto dos meus quilinhos a mais, eles são acolhedores. E as ruguinha são prova de que ri muito na vida e chorei também. Enfim, tive emoções. Mas, com certeza, me sinto muito mais feliz aqui por que me sinto no direito de ser o que eu sou.
Algun Fatos:
Se a Barbie fosse uma mulher real, teria que andar de quatro, por causa da proporção do seu corpo
Colocadas em fila, todas as barbies vendidas desde a sua criação iriam dar 7 voltas ao mundo.
Uma geração atrás as modelos pesavam 8% menos que uma mulher média, hoje, elas pesam, pelo menos, 23% menos.
In 1995, um estudo psicológico mostrou que três minutos olhando fotos de modelos em revistas femininas causava sentimentos de depressão e culpa em 70% das mulheres pesquisadas.
Muitas vezes essas modelos são tão magras que param de menstruar.
O peso da Fama
Olhem o que anda rolando por aí...
Já que as pessoas tem mania de comparar suas vidas com as das celebridades, porque não comparar o peso com o delas? É isso mesmo, uma loja européia chamada Angry Store está vendendo a informação de quanto pesam celebridades como Paris Hilton ou Oprah! A função serve para identificar ainda mais fãs e ídolos e custa 34 euros.
E mais:
Revista teve de pedir desculpas por dizer que a atriz queria fazer dieta ! Kate Winslet aceitou indenizaçao da revista Grazia, que há alguns meses publicou que a atriz tinha procurado um especialista em dieta. Além de se desculpar, a publicaçao reconheceu que Kate tinha procurado um medico para tratar de um problema no pescoço. A atriz vai doar a indenizaçao a uma entidade dedicada a ajudar pessoas com desordem alimentar. Kate é conhecida pelas constantes criticas à obsessao de Hollywood com as mulheres magras.
Natural e sem retoques
Gente, fui modestamente capa do Estadão deste domingo! A matéria sobre beleza real, abre os olhos de muita gente...
Segue texto:
Manequim Real
A brasileira tem a mistura de raças no seu DNA, o que significa formas generosas, por mais que ela tente negá-las
Vera Fiori
SÃO PAULO - Vai longe o tempo em que as mulheres invejavam as divas do cinema com formas exuberantes. Nos dias de hoje, as belas Claudia Cardinale, Sophia Loren, Marilyn Monroe e Anita Ekberg estariam mais para obesas do que para boazudas. Em busca de um padrão de beleza inalcançável, a mulher do século 21 é presa fácil dos estereótipos ditados pela mídia, que preconiza as medidas de tops como passaporte para a felicidade, amor, sucesso e aprovação social. A insatisfação não é só com o peso, mas também com o rosto, cabelos, seios, etc. Como aponta o psicólogo Marco Antonio de Tommaso, tendo em mente um rosto e corpo idealizados, principalmente as mais jovens entram em conflito com o espelho. “É comum ouvir no consultório que preferem ganhar uma cirurgia plástica do que um carro. A extração das costelas para afinar a cintura é um exemplo dos exageros da negação do próprio corpo e da baixa estima.”
Segundo a historiadora Mary Del Priore, a forma física é um assunto que rende desde o Descobrimento. “Já na carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal, há passagem comentando que as índias brasileiras eram cheias.” Vale lembrar o vaivém dos padrões estéticos na história, de formas femininas que lembravam tábuas - como na época medieval - às rechonchudas do Renascimento. Mais à frente, no século 19, a magreza era associada à doença e à feiúra. “Manuel Bandeira e Gilberto Freyre faziam referências à mulher de ancas largas como sinônimo de beleza, riqueza, abundância e fecundidade.”
Nos anos 40 e 50, as atrizes do teatro rebolado celebrizavam a mulher violão com seios fartos e coxas grossas. Nos anos 70, a emancipação feminina redesenharia os corpos. “Com o advento da pílula anticoncepcional, a entrada da mulher no mercado de trabalho e o culto ao corpo, as formas sensuais desapareceram e os quadris, diminuíram, surgindo a androginização das formas.”
Na atualidade, o modelo que predomina nas elites é o da mulher estilo Barbie: invariavelmente loira, com silicone, botox e muitas plásticas. “Imagine o que significa para uma favelada esse padrão, que nada tem a ver com a nossa mestiçagem”, exclama a historiadora.
Além da mídia, que consolida o estereótipo, outras razões levam a mulher a rejeitar a sua natureza. “É como se negássemos nossa identidade. Mas ao não desejar o padrão de nossas avós, associado à submissão, a mulher cai numa outra armadilha, que é a de se deixar escravizar pelo bisturi, tintura de cabelo e academias.” Na opinião da historiadora, o individualismo abriu espaço para a importância exagerada que a mulher vem dando à aparência, e faz um paralelo: “nos anos 80 havia movimentos feministas em prol de creches, por exemplo. Isso desapareceu e hoje a mulher pensa no próprio umbigo.”
Insatisfeitas com o que Deus lhes deu, segundo a pesquisa Real Beleza, de Dove, 19% das brasileiras associam a auto-estima à beleza; 90% querem mudar algo no corpo e 55% dizem que é difícil se sentirem bonitas quando confrontadas com os atuais padrões estéticos - como ter quadril de, no máximo, 90 centímetros, segundo regem as passarelas.
Vale lembrar que, na ânsia de perder peso, muitas fazem regime por conta própria, às vezes sem necessidade, colocando a saúde em risco. Segundo a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), o Brasil consome quase 90% das drogas para emagrecimento no mundo, o que representa 30 toneladas de anfetaminas por ano.
A discussão sobre a anorexia vem sendo tema de debates no meio fashion. No último São Paulo Fashion Week foram distribuídas cartilhas, que alertavam para a importância de uma alimentação equilibrada. Porém, de acordo com o psicólogo Marco Antonio de Tommaso, não basta chamar a atenção apenas das modelos e suas famílias. “Os estilistas, rígidos com os padrões das passarelas, foram poupados da discussão. As medidas impossíveis são uma exceção genética, e contribuíram para gerar comportamentos drásticos, como os distúrbios alimentares.” Na opinião do médico, o ideal seria a realização de um fórum interdisciplinar, no qual entrariam profissionais de saúde, educação, moda, entre outros.
Flashes nas Formas
Em 1997, a fotógrafa baiana Alice Ramos sacudiu Salvador com a exposição Redondamente Enganado, da qual participaram mulheres acima de 70 quilos, nuas, numa época em que o Photoshop (programa de computador que faz uma “plástica” nas imagens) não era usual. Com 1,59 metro de altura, 78 quilos e uma simpatia contagiante, Alice não quis fazer um manifesto ou crítica aos padrões vigentes, mas, sim, mostrar a sua visão de beleza das gordinhas. Convencer as modelos a posar para as fotos foi difícil.
- No carnaval, saí pelas ruas distribuindo panfletos, anunciando que procurava modelos para umas fotos. Vi uma menina bonita, cheinha, de top e short agarrado, e entreguei o papel para ela. O sorriso foi sumindo e, indignada, ela amassou o papel e disse: você está me chamando de gorda? O jeito foi espalhar cartazes nas docerias e salões de beleza. Deu certo e o casting com as candidatas foi lá em casa, com rodadas de brigadeiros e refrigerantes. Quando viram o resultado, gostaram e passaram a se ver de outra forma, e ainda choveram admiradores.
Alice conta que sofreu muito na fase da adolescência. “Até aceitar o meu corpo fiz dietas malucas. Mas depois desencanei. Não acho que todos os homens só querem mulheres saradas. A beleza interior também seduz”, fala ela.
Alto-Astral na Telinha
Filha de miss e pai atleta, a apresentadora Mauren Motta, a nossa garota da capa, conta que adora cozinhar, inventar pratos diferentes e receber os amigos. “Ir a um restaurante bacana e só comer alface, particularmente, acho um tédio”, brinca a loira, que já teve um programa no canal pago Multishow e participações no Fantástico. Com estilo e curvas generosas, a loirinha gaúcha já desfilou para a marca Zapping e arrasou na passarela. “Se eu tivesse nascido na Renascença, seria considerada uma deusa!” Sobre preconceito, ela diz:
-- Ser apresentadora nunca foi um objetivo na minha vida. Aconteceu e adoro o que faço. Acho que essa paixão incomoda. Quando temos prazer no que fazemos sempre há alguém que te acha feliz demais. Aí ter excesso de peso é o de menos. O que algumas pessoas não aceitam é essa felicidade, e não só o corpo fora de padrão. É uma espécie de inveja e preconceito. Devem pensar que, por ser gorda, você não tem direito de estar onde está. Mas também sei que não é um privilégio só meu. A exposição na TV nos torna vulneráveis às críticas, e aí independe da forma física. Ninguém sai ileso. Se é loira, rica e famosa taxam de burra. Se é magra, gostosa e famosa, é porque saiu com alguém. E aí vai...
Abordando a questão da diversidade, em breve Mauren deve estrear na TV o programa feminino De Dentro para Fora. “Queremos mostrar o quanto as mulheres podem ser belas além do manequim 38 e independentemente da cor do cabelo ou tipo de pele, desmistificando padrões pré-estabelecidos. A idéia é discutir uma nova plataforma para a auto-estima, mas sem perder a leveza e o humor”, adianta Mauren, que tem um site e um blog com o seu nome.
Saúde é o que interessa
Nem sempre em paz com a balança, a empresária Paula Lima de Azevedo, dona da fábrica de chocolates Sweet Brazil, fez em janeiro até promessa para não cair em tentação com seus deliciosos bombons. Morena, cabelos cacheados e com 1,72 metro de altura, ela conta que faz regime desde os 9 anos, a ponto de já ter desmaiado. “Aquela velha história, diziam: ela é tão bonita de rosto... A pessoa pode ser deficiente física, mas gorda, não.”
Paula conta que ficou pasma com a declaração de um rapaz na MTV que, ao se apresentar no programa, dizia que não era cheinho, como se a forma física fosse atributo de caráter. “Acho que falta respeito ao ser humano. Ninguém é gordo porque quer.” Aos 45 anos, se diz cansada do engorda-emagrece. “Cheguei a perder 20 quilos, corria duas vezes ao dia e consegui manter a forma por cinco anos. Mas tem uma hora em que você chuta o balde. Hoje minha maior preocupação em relação ao controle do peso é com a saúde.”
Moda inclusiva
Com ações isoladas e tímidas - ao contrário das passarelas internacionais, onde os estilistas Jean-Paul Gautier e Galliano costumam colocar pessoas comuns para desfilar suas roupas - tremula uma luz no fim do túnel fashion. Numa tacada ousada, a estilista Karla Girotto lançou no ano passado, durante o São Paulo Fashion Week, a linha De Verdade, voltada para pessoas que vão além do famigerado manequim 38 das passarelas. A inspiração veio da mãe de uma amiga, publicitária, com senso estético apurado, órfã de roupas que se encaixassem no seu temperamento de vanguarda. Hoje, a estilista desenha peças fashion, que vestem bem as cheinhas assumidas.
Se encontrar roupas estilosas já é complicado, o que dizer de lingerie? Foi a partir da experiência pessoal que a empresária Cassia Bufolin - que mede 1,60 metro de altura e tem manequim 48 - resolveu investir no segmento de lingerie sexy. Ela é dona da grife Rechonchée, na Vila Madalena, que atende numerações grandes. “As clientes falam que, antes da loja, se sentiam excluídas. Uma delas até comentou que não precisa mais usar calcinhas que se parecem com coador de café.” Calcinhas, sutiãs, espartilhos e camisolas sensuais recheiam as prateleiras da loja, que tem até um provador especialmente projetado, com dimensões maiores e ar-condicionado.
A corrida ao corpo perfeito gera lucros e, quanto mais insatisfeita a mulher, melhor para a indústria do emagrecimento. Uma crítica contundente ao padrão anoréxico veio de um homem, o maestro carioca Jorge Antunes. Em artigo intitulado Moda, Anorexia e Bobas da Corte, ele diz:
As bobas de corte e costura, enfim, são como os antigos bobos da corte: têm que se degradar, se desfigurar, se entregando ao aviltamento corporal, para deleite da alta burguesia e das classes dirigentes.