19 de mar. de 2007

O direito das Mulheres Brasileiras



Movimento feminista moverá Ação Civil Pública contra discriminação, sub-representação e veiculação de uma imagem estereotipada da mulher nos meios de comunicação. Protestos do 8 de Março foram, mais uma vez, ignorados pela grande imprensa.
A jornalista Bia Barbosa, da Agência Carta Maior, fez uma excelente matéria analisando a péssima cobertura da imprensa no 8 de Março e informa que, "para contrabalançar este cenário histórico de discriminação contra a mulher na mídia, o movimento feminista entrará em breve na Justiça com uma Ação Civil Pública solicitando um direito de resposta aos meios de comunicação."
Ela continua:
A idéia é veicular, durante uma semana, em um horário específico e em todos os canais, um programa que retrate a mulher de maneira diferente.
“Não devemos focar o direito de reposta a um programa ou emissora específica. Em todos os canais temos o mesmo problema, de sub-representação ou de veiculação de uma imagem estereotipada da mulher. Ou somos valorizadas da maneira inadequada, quando se quer vender algo através da nossa imagem – como acontece nas propagandas de cerveja – ou somos caricaturadas. Falta um confronto maior com a realidade, que é múltipla”, explica Rachel Moreno, da Campanha Pela Ética na TV, uma das articulações envolvidas na ação.
Em um manifesto lançado este mês para a coleta de assinaturas a serem enviadas ao Ministério Público Federal, as feministas afirmam que não se reconhecem nas produções da programação televisiva. “Pior do que isso é, na maior parte do tempo, nos sentirmos vilependiadas, ridicularizadas, usadas para promover valores, padrões e produtos os mais variados, em detrimento de nossa realidade e aspirações”, dizem no texto.
“A relativa invisibilidade das mulheres trabalhadoras, intelectuais, especialistas, profissionais liberais e outras, a falta de espaço para a discussão de nossas reivindicações e ideais, bem como de nossas conquistas e das mudanças que conseguimos introduzir no mundo, perpetua a reprodução dos estereótipos limitantes que influem na formação de uma subjetividade empobrecida e resultam no rebaixamento da auto-estima das mulheres e na busca de sua afirmação através da perseguição dos modelos, valores e produtos veiculados”, continua o documento.

Leia o Manifesto das Mulheres pelo Direito de Resposta. Para assinar a petição, mande seu nome e RG para moreno@postbox.com.br.
Foto: Yann Vadaru

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