17 de abr. de 2007

Os ricos da busca da Beleza



Aposto que se você como eu assitiu a matéria sobre Metacril (PMMA) no Fantástico do último domingo, deve ter ficado apavorada com o que as mulheres se submetem em busca da tão sonhada beleza. Como a coisa foi de pasmar - cegueira, deformidades etc e tal, resolvi buscar no G1 mais informações sobre os riscos dos tratamentos de beleza. Olha só:

Ficar mais bonita ou mais bonito não é fácil. Os médicos alertam que, além de escolher cuidadosamente o tratamento estético a que você vai se submeter, é necessário verificar as condições da clínica e a qualificação do profissional que vai realizar o atendimento."Todo procedimento médico tem efeito colateral. O profissional deve orientar corretamente o paciente para minimizar os danos", diz o endocrinologista Wilmar Accursio, da Sociedade Brasileira de Medicina Estética.

Desde o mês passado, casos graves de mulheres que se submeteram a tratamentos de beleza e não tiveram o resultado desejado vieram à tona. Em Goiás, uma dona-de-casa morreu depois de fazer uma escova progressiva (procedimento usado para alisar os cabelos). A polícia investiga se houve reação alérgica ou intoxicação. No Rio, uma mulher teve queimaduras graves após passar por sessões de bronzeamento artificial e outra aguarda análise do seu caso na Justiça: ela alega que teve lesões na perna por causa de uma depilação a laser.

No domingo (15), o "Fantástico", da TV Globo, mostrou os riscos da bioplastia, uma técnica de preenchimento usada em diversas clínicas de estética. A aposentada Iveta Maria Rebello da Costa realizou o tratamento e ficou cega. O G1 conversou com especialistas para saber os cuidados que devem ser tomados nos tratamentos. O primeiro passo é verificar se há acompanhamento médico e se o profissional é recomendado por pacientes e pela sociedade que agrega os especialistas de sua categoria. Confira outras dicas:

- Produtos proibidos
O endrocrinologista Wilmar Accursio diz que as pessoas devem questionar os profissionais e não usar produtos proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como o formol em alta concentração e o silicone líqüido. "Cada procedimento estético tem o produto certo para ser usado. Produtos proibidos podem causar até a morte das pacientes", afirma. O formol geralmente é usado por cabeleireiros, que misturam o produto a cremes de alisamento. De acordo com a Anvisa, "o formol é uma solução de formaldeído, matéria-prima com uso permitido em cosméticos nas funções de conservante (limite máximo de uso permitido 0,2% - Resolução 162/01) e como agente endurecedor de unhas (limite máximo de uso permitido 5% - Resolução 79/00 Anexo V)". Acima desses percentuais, o formol é proibido. A assessoria da agência informa que o formol causa queimaduras nas vias respiratórias, irritação nos olhos e é cancerígeno. Se quiser alisar os cabelos sem riscos, a dica do dermatologista Valcinir Bedin, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos do Cabelo, é usar produtos à base de tioglicolato, guanidina e amônia.

- Tratamentos para rejuvenescer
O endocrinologista Accursio destaca que o silicone líqüido não deve ser aplicado diretamente no paciente. "Se existe uma cápsula de silicone que pode ser colocada sem risco nas nádegas ou seios, por que usar produtos que são perigosos?", questiona.
Outro produto que, segundo ele, é muito perigoso é o polimetilmetacrilato, que é derivado do plástico e usado na bioplastia. "O polimetilmetacrilato deve ser usado em pequenas quantidades e nos locais corretos", comenta. "Se colocado no lugar errado, pode escorrer. Há pessoas que aplicaram o produto no nariz e o líqüido escorreu até a mandíbula, provocando uma deformidade."
O polimetilmetacrilato é usado no preenchimento de depressões na maçã do rosto ou no chamado "bigode chinês" (ao lado da boca), por exemplo. Já o botox tem o objetivo de "congelar os movimentos", segundo Accursio. Segundo a dermatologista Lígia Kogos, é necessário verificar se a toxina usada no procedimento é regulamentada. "Se o botox é feito de maneira errada, pode causar estrabismo, perda de visão, paralisação dos movimentos da face, entre outros problemas. "Outro tratamento comum para quem quer parecer mais jovem é a aplicação de fios de sustentação. "São fios de plástico sintético que possuem 'garrinhas' e levantam a pele", explica Accursio. "O paciente tem que verificar a procedência desse fio e só realizar a aplicação com profissionais recomendados."

- Tratamentos de pele
Quem estiver interessado em fazer peeling também deve ter cuidados extras. "Se o tratamento é mais agressivo, não deve ser feito por esteticistas e sim por médicos", diz Lígia Kogos. "O profissional deve ter uma 'mão leve' para evitar machucar a pele. Além disso, o paciente tem que ser orientado corretamente a evitar exposição ao sol e outros cuidados." Em relação à máquina de bronzeamento artificial, os especialistas consultados pelo G1 dizem que é necessário verificar se existe um médico responsável pelo atendimento. A máquina deve ser regulada para evitar que a temperatura fique muito alta. "O ideal é tomar sol natural, no início da manhã ou fim da tarde", diz Accursio. "Mas, se você quiser entrar na máquina de bronzeamento, procure pedir sempre a menor intensidade e use filtro solar." Lígia Kogos afirma que deve haver um intervalo de pelo menos 48 horas entre a primeira e a segunda sessão e que o médico deve ter uma ficha de acompanhamento do cliente. "Essa ficha tem que ter todas as informações sobre o tempo em que a pessoa fica na máquina, a intensidade do bronzeamento e se sofreu reação", comenta. Para quem quer evitar riscos, a saída é usar sprays e cremes de bronzeamento. Para Lígia Kogos, "ninguém deve se privar dos benefícios dos tratamentos estéticos" por causa dos riscos. "É preciso tomar os cuidados necessários, procurar clínicas e profissionais responsáveis", diz.

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