26 de mai. de 2008

Uma mulher como qualquer outra



Gente,

Achei o máximo esta notícia da vitória brasileira em Cannes. Primeiro por ser um filme daqui, por Sandra Corveline ser brasileira, ser mulher, ser atriz.... Segundo, por ela ter concorrido com atrizes poderosas como a deusa Angelina Jolie e Juliane Moore. Terceiro, por ela não ser a mais gata do mundo... ser uma mulher normal. Ser comum como qualquer outra brasileira. ADORO!!!!!

Ela não tem bocão, não tem peitão, nem bundão, nem é casada com o Brad Pitt, sabe? Ela tem é talento!

Fisicamente qualquer mulher poderia ser ela.

Você, mulher, lendo este post agora poderia ser ela. Não quero diminuir a interpretação dela como atriz. Longe disso... aliás ela deve ser incrível no palco ou na telona!

No entanto, queria mostrar que se pode ter talento, conteúdo ser reconhecida por isso sem se precisar ser a mais perfeita das criaturas, nem a mais linda de todas... Parabéns pra ela!!!

Além do prêmio, fiquei emocionada quando ela contou o motivo pelo qual não pode ir a premiação em Cannes. Sandra, como qualquer outra mulher, acabou de passar pela péssima experiência de perder um bebê. Dureza que ninguém gosta de vivenciar, mas que pode acontecer com qualquer uma de nós, mulheres comuns que vivem no meio deste turbilhão mundial.

Segue abaixo entrevista que ela deu para o G1.

Como personagem, atriz vencedora em Cannes cresceu na periferia
Premiada como melhor atriz, Sandra Corveloni cresceu na Zona Norte de São Paulo.Em entrevista ao G1, atriz conta como foi a transição dos palcos para o cinema.
Experiente atriz de teatro, Sandra Corveloni está estreando em cinema com o filme “Linha de passe”, dirigido por Walter Salles e Daniela Thomas, que lhe rendeu o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes. Na história, ela interpreta a mãe solteira de quatro filhos, que vive na periferia de São Paulo. Em entrevista ao G1, a atriz contou que a periferia da Zona Leste, onde foram realizadas as filmagens, não era um “outro mundo” para ela. “Cresci na periferia também, minha família é da zona norte. Além disso, por causa do teatro, já me apresentei em todos os cantos desta cidade.” Por problemas de saúde, ela não viajou com a equipe do filme a Cannes, e agora aguarda a volta dos diretores para receber, em mãos, o badalado prêmio –que disputava com Angelina Jolie, entre outras atrizes. Leia, abaixo, trechos da entrevista.

G1 – Como tem sido desde a divulgação da notícia?
Sandra Corveloni - Está uma loucura. Todo mundo está eufórico, os jornalistas, os fotógrafos. Eu estou feliz. Quando fiquei sabendo, minha primeira reação foi compartilhar a novidade com a minha família. Depois veio tanta loucura que, de falar sobre o filme, eu me acalmei. G1 – Quando você deve receber o prêmio em mãos?
Sandra - Acho que vou pegá-lo na próxima semana, quando eles [Walter Salles e equipe] voltarem de Cannes. Vamos nos encontrar para conversar sobre o filme, porque ainda tem muita coisa para acontecer, esse foi o primeiro festival. Vou ficar feliz quando receber o prêmio, é o símbolo disso tudo que está acontecendo, mas não estou ansiosa. É muita coisa para administrar.
G1 – Todo mundo está comentando que você desbancou a Angelina Jolie.
Sandra - Não penso nisso. Acho que a premiação foi o resultado de um conjunto de coisas que contribuiu para que a personagem fosse tão cativante e verdadeira. Foi um trabalho em equipe, todo mundo mereceu esse prêmio. Não penso se desbanquei fulano ou ciclano. G1 – Esse prêmio, na sua estréia no cinema, é o reflexo do seu trabalho no teatro? Sandra - É super importante o meu trabalho no grupo Tapa, porque a gente estuda realismo, naturalismo, e esses pequenos gestos que eu sempre estudei no grupo me fizeram sentir mais segura com essa personagem, fizeram toda a diferença.


Divulgação
Sandra, com os atores que interpretam seus quatro filhos, em ''Linha de passe'' (Foto: Divulgação)
G1 - Como foi a transição do teatro para o cinema? Sandra - Foi bem tranqüila. Trabalhei muito com a Fátima Toledo [preparadora de elenco], o Walter e a Daniela sabiam exatamente o que queriam. Foi um processo profundo de trabalho, sem correria, sem pressa para ficar pronto. Foi cooperativo, fomos descobrindo juntos a relação dessa família. E foi muito doloroso também, porque mexeu com emoções que estavam escondidas. Houve momentos difíceis. G1 – Daniela Thomas disse que, apesar de ter vivido em São Paulo por 20 anos, não conhecia muitos dos lugares e das situações mostradas no filme. Como foram as filmagens? A periferia de São Paulo para você é um outro mundo?
Sandra - Não é. Por causa do teatro já fui a todos os cantos de São Paulo, participava de caravanas da prefeitura, já me apresentei em todos os lugares possíveis. E a minha família é da periferia também, cresci na Zona Norte, morei lá muito tempo, estudei lá. Mas claro que a gente nunca deixa de ficar comovido e surpreso com a dificuldade que as pessoas passam. E durante as filmagens tive a oportunidade de conhecer pessoas incríveis, com uma alegria incrível e brilho nos olhos. G1 – Você já teve tempo para pensar no futuro? O que quer fazer daqui para a frente?
Sandra - Quero tudo! Quero continuar fazendo teatro, quero fazer mais cinema. Quero trabalhar. Trabalhar é muito bom.

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